Tivemos a honra de presenciar, durante a Climate Week em Nova Iorque, um marco histórico para o desenvolvimento de estratégias robustas em biodiversidade pautadas na avaliação de impactos, dependências, riscos e oportunidades associados à natureza: o lançamento da tão esperada v.1 da TaskForce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD). O evento exclusivo de lançamento aconteceu no New York Sock Exchange (NYSE), na Wall Street, em Nova Iorque, no dia 18 de setembro.
O objetivo central do evento foi o lançamento global das recomendações da TNFD, em sua versão 1.0, representando a conclusão de uma fase de dois anos de desenvolvimento do framework, e incorporando o feedback de milhares de organizações envolvidas no processo de consulta (tais como os grupos de consulta do Brasil e da França, dos quais a I Care faz parte), bem como mais de 200 testes-piloto do framework.
O Papel da Biodiversidade na Agenda Financeira
O mercado financeiro, líder da iniciativa, esteve presente em peso, por meio de representantes de instituições como AXA, Bank of America, BNP Paribas, Grupo Financiero Banorte, HSBC, Mirova, MS&AD Insurance Group, Norges Bank Investment Management e outros, bem como empresas que integram a Taskforce, como a Natura & Co., a Nestlé e a Suzano e os Co-Chairs Elizabeth Maruma Mrema and David Craig.
Isso reforça o papel pioneiro dos agentes financeiros na proposição de um framework que auxilia empresas e instituições financeiras na avaliação e reporte de seus riscos materiais associados à natureza, bem como a crescente pressão internacional para um efetivo direcionamento dos fluxos de crédito para operações mais positivas para a biodiversidade e o capital natural.
Reforça também o chamado para a ação para que empresas e atores financeiros apliquem a metodologia proposta pelo framework, pautada nos 4 principais passos do LEAP (Localizar, Estimar, Avaliar e Preparar) e chancelem seu pioneirismo nessa agenda iminente e tão urgente quanto à climática. Reforça ainda a necessidade de que os modelos de negócio incorporem no seu cerne o nexo clima-natureza, elaborando estratégias robustas que possam endereçar os desafios resultantes da crise climática em curso.
O que há de novo na atualização do TNFD?
As recomendações e o conjunto de orientações adicionais foram baseados no feedback dos diversos grupos de consulta da TNFD, como o grupo Brasileiro e o grupo Francês, dos quais a I Care faz parte, bem como dos resultados das inúmeras pilotagens já concluídas.
Vale relembrar que as diretrizes baseiam-se em estruturas já reconhecidas, como as da TCFD (TaskForce on Climate-related Financial Disclosures), e estão alinhadas com os padrões globais de sustentabilidade do ISSB (International Sustainability Standards Board) e do GRI (Global Reporting Initiative).
Nós, da I Care Brasil, tivemos a oportunidade de acompanhar presencialmente esse importante evento por meio da presença da nossa líder de projetos, Déborah Luisa Silva, representando também o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).
E aqui estão três atualizações em primeira mão:
– Envolvimento com as comunidades indígenas e tradicionais e com as partes interessadas afetadas como parte integrante do processo de governança;
– Interface com os locais prioritários, com definição de locais sensíveis e materiais;
– Consideração de métricas e indicadores para referentes às cadeias de valor.
Risco associado à natureza é risco financeiro
À medida que empresas enfrentam um cenário de negócios cada vez mais volátil e consciente em relação ao meio ambiente, a TNFD emerge como uma ferramenta essencial para subsidiar a gestão e a mitigação do riscos financeiros associados à Natureza.
Vale lembrar que um dos principais objetivos do framework é auxiliar o mercado financeiro a direcionar seus fluxos de crédito em operações positivas para a natureza, que representem menores riscos.
Uma frase emblemática ouvida durante o evento de lançamento do TNFD foi, justamente, que “TNFD é sobre gestão de riscos financeiros, é de riscos que estamos falando”.
Considere o seguinte exemplo: uma empresa de alimentos depende da produção de matérias-primas agrícolas. Caso haja redução da população de determinada espécie de polinizadores, tais como as abelhas, a produção de alimentos pode cair substancialmente, implicando no comprometimento do modelo de negócio da organização e, com isso, em um alto risco financeiro para as partes envolvidas.
Ao adotar as diretrizes da TNFD, essa empresa pode identificar e avaliar os riscos associados à natureza, implementar estratégias de mitigação proativas e relatar de forma transparente essas medidas aos investidores. Isso não apenas reduz os riscos financeiros, mas também atrair investidores comprometidos com a agenda de clima e biodiversidade, as quais podem influenciar substancialmente a resiliência das empresas ao longo do tempo.
I Care pioneira na implementação da TNFD
A I Care tem o orgulho de ser uma das pioneiras na implementação da TNFD no mundo e uma grande referência no desenvolvimento de metodologias e ferramentas que auxiliam nossos clientes em sua trajetória rumo ao nature positive.
Apoiamos, há mais de 10 anos, os nossos clientes na elaboração de estratégias robustas em biodiversidade, que perpassam por avaliação de impactos, dependências, riscos e oportunidades, além de desenvolver ferramentas já consolidadas no mercado para o cálculo de pegada em biodiversidade.
Data: 03/10/2023
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