Descarbonização no setor elétrico: O primeiro passo para a transição economica

No Brasil e no mundo, a produção de energia elétrica desempenha um papel desenvolvimentista, dando suporte às atividades econômicas e ao bem-estar da população. Embora grande parte dessa energia seja atualmente gerada através de usinas hidrelétricas no mix brasileiro, conforme informações do Balanço Energético Nacional, as termelétricas a carvão e gás natural, que podem gerar significativas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), ainda precisam ser utilizadas, principalmente em períodos de escassez hídrica.

Diante dos desafios impostos pela mudança climática e da necessidade de reduzir as emissões de carbono, a descarbonização do setor elétrico é o primeiro passo para a viabilização de uma verdadeira economia de baixo carbono. Ao promover a transição para fontes de energia renovável, como solar, eólica e biomassa, o setor elétrico pode não apenas reduzir suas emissões de carbono, mas também impulsionar a descarbonização de todos os outros setores da economia.

Neste sentido, as empresas do setor elétrico têm implementado uma série de ações para viabilizar a transição rumo a uma matriz energética mais limpa e sustentável. Isso inclui medidas como a antecipação da aposentadoria de fontes de geração fósseis, resultante de decisões estratégicas do passado que bloquearam as emissões futuras, atuação no mercado de geração distribuída, desenvolvimento de novas estratégias de negócios focadas na oferta de energia limpa aos consumidores, dentre outras. Com relação a este último ponto, a estratégia é amplamente beneficiada pela abertura Ambiente de Contratação Livre (ACL) para novos consumidores. No mercado livre de energia, é possível estabelecer prazos específicos de fornecimento, selecionar a fonte de energia desejada, como solar e eólica, e negociar preços mais competitivos.

Além disso, há um importante movimento para a eletrificação da economia, impulsionada, por exemplo, pelo aumento da adoção de carros elétricos. À medida que os países buscam reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar os impactos das mudanças climáticas, a transição para veículos elétricos tornou-se uma peça central nesse quebra-cabeça ambiental. Essa mudança não é apenas uma revolução na mobilidade, mas também uma oportunidade para repensar a infraestrutura energética, incentivando o desenvolvimento de fontes renováveis e sistemas de armazenamento de energia mais eficientes.

Todas as ações de descarbonização das empresas do setor devem ser, portanto, evidenciadas e publicizadas por meio de um Plano de Transição que esteja alinhado às melhores práticas e referenciais do mercado. A Transition Plan Taskforce (TPT) lançou, em abril de 2024, um guia específico para as empresas de serviços públicos de geração, transmissão e distribuição de eletricidade. Neste guia, a TPT procura fornecer recomendações e orientações para entidades que operam nessas atividades, combinando os elementos do framework geral com questões específicas do setor.

Dado o carácter estratégico do setor, as empresas também vem recebendo maior pressão dos investidores e acionistas para a estruturação de Planos de Transição que não só elenquem ações de mitigação, mas que também contem com diretrizes e iniciativas voltadas para engajamento de fornecedores e clientes.

A I Care vem trabalhando com empresas do setor elétrico desenvolvendo Planos de Transição, apoiando o estabelecimento de metas baseadas na ciência e identificando e solucionando lacunas organizacionais que permiem o sucesso das ações. Nosso papel é guiar essas empresas na construção de um roadmap robusto para a descarbonização, com todas as estruturas organizacionais dando suporte para monitoramento e alcance das metas estabelecidas.

 

Referencias:

Data: 02/05/2024

Autor: Victor Gonçalves

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