Torne o seu negócio mais sustentável com a ACV

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Por Camila Marçal

A Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica avaliativa de classificação dos aspectos ambientais e impactos potenciais da infraestrutura utilizada ou fornecida por uma empresa. Essa metodologia é realizada a partir de três etapas iterativas: 

  • Compilação de um inventário de entradas e saídas relativo a um sistema de produtos e serviços; 
  • Avaliação dos impactos ambientais potenciais relacionados a essas entradas e saídas;
  • Interpretação dos resultados da análise do inventário e da avaliação dos impactos identificados nas fases anteriores (ISO 14040, 2006; ISO 14044, 2006).

Os padrões que definem os princípios e a estrutura (ISO 14040, 2006) e os requisitos e orientações (ISO 14044, 2006) para a ACV fazem parte da série de normas ISO 14000, que tem por objetivo estabelecer estruturas e procedimentos de melhoria contínua do desempenho ambiental das organizações, por meio da definição de diretrizes para implantação da gestão ambiental, alinhando processos industriais à preservação do meio ambiente (MACHADO JUNIOR et al., 2013; KOLLING e LAGO, 2020). Assim sendo, esta também é uma técnica para avaliação da gestão ambiental.

Para colocar esta metodologia em prática, dados sobre a utilização de recursos naturais como matéria-prima, consumo de energia e água e a geração de resíduos e emissões são levantados ao longo de todo o ciclo de vida do produto, desde a sua concepção até seu descarte final, considerando também sua fase de uso. Devido ao seu caráter holístico, a aplicação da ACV permite a identificação de potenciais alterações de ônus (“burden shift”) nas situações em que ações em um estágio específico podem ocasionar a transferência de impactos para outros estágios do ciclo de vida, meios físicos, categorias de impacto ou regiões do globo (CURRAN, 1999; FERREIRA, 2004; UNEP/SETAC, 2012; GERASSIMIDOU et al., 2021; SASAKI et al., 2021). 

A aplicação da ACV permite responder perguntas tais como: o uso de embalagens descartáveis traz mais problemas para o meio ambiente do que o uso de embalagens retornáveis? Considerando-se que as embalagens retornáveis necessitam de um sistema para coleta, transporte, lavagem e desinfecção, seu uso pode trazer mais consequências ambientais negativas do que o uso de embalagens descartáveis, por exemplo, dependendo das circunstâncias avaliadas.

Ainda neste pensamento, lâmpadas do tipo fluorescentes têm uma vida útil mais longa e consomem menos energia do que as do tipo incandescentes tradicionais, porém sua fabricação requer uma quantidade maior de materiais, além de conterem metais pesados em sua composição. Sendo assim, qual seria menos agressiva para o meio ambiente? (SOARES et al, 2006; GUINÉE et al, 2011).

Ou ainda: o uso de carros elétricos é mais “ambientalmente amigável” do que o uso de carros a combustão? Caso a matriz energética do país seja essencialmente proveniente de combustíveis fósseis, o aumento da demanda por eletricidade poderia fazer com o que balanço de poluição fosse negativo, ou apenas deslocar o foco do problema. Esse tipo de questionamento, assim como vários outros, é respondido com a aplicação desta técnica.

É possível ainda obter informações confiáveis sobre como incorporar a sustentabilidade nos processos de tomada de decisão da empresa. Isso ocorre por meio da identificação de oportunidades para melhoria no perfil ambiental estudado (UNEP/SETAC, 2012), uma vez que são coletadas informações a respeito de todo o ciclo de vida do produto. Espera-se, ao final da avaliação, atingir informações suficientes para a tomada de decisão, visando o alcance da redução nos impactos ambientais, por meio da identificação de possibilidades de melhoria ambiental da infra-estrutura utilizada de certo produto ou processo (ISO 14044, 2006).

Como a I Care pode atuar?

Podemos realizar uma Avaliação do Ciclo de Vida e auxiliar a sua empresa a conhecer melhor o perfil ambiental de seus produtos e serviços, internos e externos.

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Referências

ISO 14040, 2014. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14040:2006- Environmental management, Life cycle assessment, Principles and framework. Geneva: ISO, 2014.

ISO 14044, 2014. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 14044:2006-Environmental management – Life cycle assessment – requirements and guidelines. Geneva: ISO, 2014.

MACHADO JUNIOR, C., MAZZALI, L., SOUZA, M.T., FURLANETO, C. J., PREARO, L. C., 2013. A gestão dos recursos naturais nas organizações certificadas pela norma NBR ISO 14001. Produção, v. 23, n. 1, p. 41-51, jan./mar. 2013 http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132012005000005.

KOLLING, C., E LAGO, N.C., 2020. ISO 14000: contribuições práticas e proposição de agenda de pesquisa. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental · February 2020. DOI: 10.19177/rgsa.v9e02020668-685.

UNEP/SETAC, 2012. Greening the economy through life cycle thinking: ten years of the UNEP/SETAC Life Cycle Initiative. United Nations Environment Programme, Paris, 2012.

CURRAN, M., 1999. The Status of LCA in the USA. Int. J. LCA, vol.4 (3) 123-124. Landsberg, Germany: Ecomed.

FERREIRA, J.V.R., 2004. Análise do ciclo de vida dos produtos. Viseu, Instituto Politécnico do Viseu, 2004.

GERASSIMIDOU, S., MARTIN, O. V., CHAPMAN, S. P. HAHLADAKIS, J. N., IACOVIDOU, E. (2021). Development of an integrated sustainability matrix to depict challenges and trade-offs of introducing bio-based plastics in the food packaging value chain Spyridoula. Journal of Cleaner Production 286 (2021) 125378.

SASAKI, Y., ORIKASA, T., NAKAMURA, N., HAYASHI, K., YASAKA, Y., MAKINO, N., SHOBATAKE, K., SHIINA, T., 2021. Life cycle assessment of peach transportation considering trade-off between food loss and environmental impact. The International Journal of Life Cycle Assessment, 26(4), 822–837. doi:10.1007/s11367-020-01832-7.

GUINÉE, J. B., HEIJUNGS, R., HUPPES, G., ZAMAGNI, A., MASONI, P., BUONAMICI, R., RYDBERG, T., 2011. Life Cycle Assessment: Past, Present, and Future†. Environmental Science & Technology, 45(1), 90–96. doi:10.1021/es101316v.

SOARES, S. R.; SOUZA, D. M. de; PEREIRA, S. W. A avaliação do ciclo de vida no contexto da construção civil. Coletânea Habitare, v. 7, p. 96-127, 2006.

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