Com duas datas importantes nesta semana, Dia do Biólogo, 03, e Dia da Amazônia, 05, se faz necessário discutir sobre as oportunidades que a floresta Amazônica em pé pode proporcionar ao Brasil. O ambiente amazônico estende-se por nove países da América do Sul, com maior parte da área no Brasil, e possui a maior biodiversidade e bacia hidrográfica do mundo.
A riqueza de fauna e flora, além dos aspectos abióticos neste ambiente, provêm serviços ecossistêmicos de importância planetária, como a regulação hídrica, sequestro de carbono, fornecimento de matéria prima para diversas atividades econômicas, além de ser berço de povos e culturas tradicionais diversas, detentoras de riquezas e sabedorias ancestrais.
O potencial da floresta em pé ainda é pouco aproveitado, de forma que a gestão e o modelo de exploração têm levado à degradação deste bioma, principalmente por meio de atividades agropecuárias não regenerativas e implementação de sistemas de monoculturas de commodities. Este modelo econômico afunila as oportunidades latentes da região amazônica, abafando o potencial que a diversidade de espécies, de culturas e a abundância de recursos naturais cria.
É urgente que todos os setores da sociedade, principalmente as instituições financeiras, compreendam o cenário socioambiental da Amazônia de forma mais sistêmica e compatível com a realidade local. Uma nova bioeconomia é possível e necessária, com cadeias de negócios sustentáveis e resilientes, voltados e baseados nas sabedorias das populações locais, promovendo justiça e segurança social.
“O papel do biólogo nesse contexto é central. O conhecimento destes profissionais a respeito de sistemas complexos e da inter-relação das espécies (inclusive a humana) entre si e com o meio abiótico pode subsidiar um processo de tomada de decisão mais eficiente e sistêmico, promovendo uma mudança adequada ao complexo cenário amazônico.”
Na I Care temos dado suporte às instituições financeiras para a implementação de linhas de financiamento verde para a bioeconomia em estados amazônicos. Este trabalho complexo recebe suporte de uma equipe, inclusive biólogos e economistas, que em conjunto vêm buscando um tipo de relação mais saudável com a Amazônia e toda riqueza social, cultural e natural que ali reside.
Autora: Sandrine Gouvêa, gerente de Biodiversidade.
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