No último 31 de outubro, teve início a 26ª Conferência das Partes, a COP26, Cúpula Global das Nações Unidas sobre Mudança Climática. O evento, que vai até 12 de novembro, tem importância estratégica para o nosso futuro, uma vez que espera-se que países se pronunciem sobre seus planos de adaptação e sobre suas metas mitigação. Além disso, há expectativa sobre a regulamentação do Artigo 6 do Acordo de Paris, que enfoca instrumentos de mercados para o combate à mudança climática.
O ciclo de conferências e reuniões realizadas em Glasgow, na Escócia, começou com expectativas altas sobre as medidas anunciadas pelos governos e os meios utilizados para que as ambições assinadas no Acordo de Paris se tornem efetivas. Ainda que seja notável os muitos avanços, pode-se observar que os países que mais emitiram historicamente encontram dificuldades em progredir de forma rápida e constante.
Os Estados Unidos, por exemplo, mesmo com uma agenda de desenvolvimento sustentável endossada por Joe Biden, ainda possuem muitas dificuldades em aprovar leis e diretrizes no Congresso que dê suporte a um plano de descarbonização. A China, de Xi Jiping, que não compareceu ao evento, deve atingir pico de emissões de carbono apenas em 2030 e busca a descarbonização em 2060. Já o Brasil, que vem sofrendo bastante pressão internacional, anunciou o aumento da meta de redução de gases poluentes de 43% para 50% até 2030. Como não se sabe qual será a base de cálculo utilizada para a atualização, aparentemente a meta, ainda que pareça audaciosa, se compara em termos líquidos à meta de emissões anunciadas pelo Brasil em 2015.
Boas notícias sobre emissões
Mas também há boas notícias. Apesar de um pouco tarde, mas promissor diante do desafio, a Índia se comprometeu a zerar as emissões até 2070. O Brasil e outros 100 países anunciaram um acordo para por fim ao desmatamento ilegal até 2030. A redução das emissões de metano também virou um acordo, com 100 nações assinando uma promessa de reduzir as emissões em 30% até 2030.
Há muito ainda a ser feito e discutido na COP 26. Espera-se que ao fim da conferência hajam diretrizes mais claras e ações melhor definidas para alcançar as metas propostas. E o consenso sobre o mercado regulado de carbono tem sido uma das propostas mais aguardadas por diversos países – situação que pode trazer muitos benefícios para o Brasil.
Enquanto os representantes dos governos discursam, pessoas protestam em frente aos locais de reunião, clamando por mudanças significantes, como aumento da qualidade de vida terrestre e redução das emissões de gases de efeito estufa. A COP26 deveria se tornar um marco por ir além de promessas e gerar ações concretas de descarbonização e adaptação.
Sabia mais sobre a agenda da COP 26 em: https://bit.ly/3CJOJuK
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