Racismo Ambiental: Compreender para Transformar

Você já ouviu falar em racismo ambiental?

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra é uma data que nos convida a refletir sobre a luta por direitos e igualdade da população negra no Brasil. Nesse contexto, uma questão que merece destaque é o racismo ambiental, que evidencia como as crises ambientais e os desastres climáticos afetam desproporcionalmente as populações à margem da sociedade, historicamente excluídas das políticas de planejamento urbano e ambiental, o que acaba tornando-as mais vulneráveis a diversas situações como poluição, enchentes e falta de saneamento básico, refletindo um padrão persistente de desigualdade e exclusão social.

O termo “racismo ambiental” surgiu nos Estados Unidos nos anos 1980, pelo climatologista Robert Bullard, mas seus efeitos são globais.  No Brasil, os seguintes dados evidenciam como a população negra enfrenta de maneira desigual os desafios ambientais:

  • De acordo com o Censo 2022, 83,5% das pessoas brancas têm esgotamento sanitário adequado, enquanto o número diminui para 75% das pessoas pretas, 68,9% das pardas e 29,9% das indígenas.
  • No Rio de Janeiro, as favelas têm maior dificuldade em acessar serviços de saneamento básico (Agência Brasil, 2024).
  • O racismo ambiental aumenta a desigualdade social, econômica e de saúde entre diferentes grupos raciais e étnicos (Habitat Brasil).
  • A região Norte requer atenção especial das políticas públicas, pois 78% de sua população se declara preta ou parda, e apenas 46,4% – menos da metade de seus 17,2 milhões de habitantes – têm acesso a saneamento básico (Conectas, 2024).

Como consultoria ambiental, sabemos que podemos contribuir ativamente para mitigar esses impactos. Incorporar análises de vulnerabilidade social em nossos estudos e promover práticas que priorizem a inclusão são passos fundamentais para cidades mais justas e seguras. A sustentabilidade só é real quando seus benefícios são acessíveis a todos.

Neste Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, convidamos nossos parceiros e colegas do setor ambiental a refletirem sobre o papel das empresas e das políticas públicas na construção de uma sociedade equitativa e ambientalmente equilibrada.

 

Referências Bibliográficas

Conectas. O que o Censo 2022 revela sobre racismo ambiental?. Conectas Direitos Humanos. 2024. Disponível em: https://www.conectas.org/noticias/o-que-o-censo-2022-revela-sobre-racismo-ambiental/. Acesso em 14 nov. 2024.

EBC. Rio: falta de saneamento em favelas confirma racismo ambiental. Agência Brasil. 2024. Disponível em: Rio: falta de saneamento em favelas confirma racismo ambiental | Agência Brasil. Acesso em 14 nov. 2024.

EBC. Entenda a relação de racismo ambiental e enchentes no Rio de Janeiro. Agência Brasil. 2024. Entenda a relação de racismo ambiental e enchentes no Rio de Janeiro | Agência Brasil Acesso em 14 nov. 2024.

Habitat Brasil. Racismo ambiental e a luta por justiça climática. Habitat para a Humanidade Brasil. 2024. Racismo ambiental: o que é e sua luta por justiça climática. Acesso em 14 nov. 2024.

 

Publicado em: 19/11/2024

Autoria: William Franco

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